Nunca fui uma criança magrinha ou com dificuldade de me alimentar. Muito pelo contrário, sempre tive tendência a comer demais e ganhar peso com facilidade. Cresci em uma família de grandes almoços de domingo na casa dos meus avós, e tudo girava em torno da comida.

Na adolescência, me sentia frustrada por ter alguns quilinhos a mais e isso mexia muito comigo e com a forma com que eu encarava as mais diversas situações em minha vida. Minha relação com a comida não era de paz e de harmonia, mas de frustração e culpa. Mas ao contrário do que possa parecer, não resolvi estudar nutrição porque vivia de briga com a balança, não. Cresci querendo ser advogada (bem na verdade, queria mesmo era ser uma cantora famosa, tipo a Britney Spears ou Emma Bunton, das Spice Girls) e me mudei para Florianópolis, com 16 anos, focada nisso.

Como o Universo é infinitamente sábio, tratou de colocar em minha vida um grande exemplo de pessoa e de nutricionista, que me inspirou e me inspira até hoje a ser cada dia melhor. Assim, meu caminho mudou, abandonei de vez a ideia de ser advogada, e resolvi abraçar a nutrição. Em 19 de fevereiro de 2011 me formei Nutricionista, pela Universidade Federal de Santa Catarina, e desde então, tento ajudar as pessoas a melhorarem sua relação com a comida. Afinal, por experiencia própria, aprendi que a vida é muito mais prazerosa quando podemos nos alimentar sem culpas e sem medo de estar ingerindo alimentos que não sejam benéficos, por qualquer motivo que seja. Ao longo da minha jornada pela Nutrição, aprendi que comer bem e consumir comida de qualidade é uma manifestação de amor e respeito por si próprio.

Aprendi também que não somos definidos pelas exceções, não é o que comemos de vez em quando, e nem as dietas da moda que fazemos por algumas semanas ou meses que determinam o que vai ser de nossa saúde. Mas sim, o que consumimos na nossa rotina diária, o que nos dá prazer em comer por meses, anos e décadas, ou seja, os nossos hábitos alimentares. Por isso, gostar de comida boa e nutritiva tem que ser um hábito, e não uma exceção. Quando nos alimentamos com equilíbrio e prazer, criamos uma relação de respeito com a comida, e isso se reflete em saúde e qualidade de vida.